sexta-feira, 29 de junho de 2012

RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICO

EXPLOSÃO CULTURAL

CRIADOR E CRIATURA
O afresco "A criação de Adão" feito por Michelângelo, adorna o teto da Capela Sistina, no Vaticano.

           Muitas das mais famosas obras de arte da história foram produzidas na Itália, entre 1300 e 1600. Saiba por que e confira como essas criações nos ajudam a entender o espírito da época. 

O Renascimento foi o movimento intelectual e artístico ocorrido entre os séculos XIV e XVI na Europa. Representou uma nova visão do mundo, surgida com a nova sociedade, mais dinâmica e individualista que a anterior. Tudo ocorre após o surto de desenvolvimento comercial e urbano iniciado na Baixa Idade Média.

O homem deixava a coletividade e a submissão aos desígnios de Deus para valorizar seus feitos e seu imenso poder de criação e aperfeiçoamento, deixando de lado as amarras da Igreja. 

CARACTERÍSTICAS


Possuindo como elemento essencial o HUMANISMO, corrente filosófica que tinhas como bases: a Capacidade de Criação do Homem; Otimismo em todas as ações; Valorização dos clássicos; Individualidade intensa e Liberdade para prática da arte (Memorizem a palavra COVIL). 

Vejamos então outras características:

- ANTROPOCENTRISMO: momento de valorização do Ser Humano, trazendo-o como centro de todas as ideias. O homem possui uma capacidade quase divina de criar, e, exercendo-a, aproxima-se muito de Deus. Enterra de vez a força do Teocentrismo medieval, que trazia a religião como alicerce de toda a sociedade.

- CLASSICISMO: inspiração em pensadores da antiguidade clássica - Grécia e Roma - promovendo dessa forma um renascimento daquelas culturas, vindo a batizar o novo período moderno.

- HEDONISMO: defendiam o prazer individual como único bem possível.

- NATURALISMO: buscavam representar a Natureza de maneira fiel à realidade.

- RACIONALISMO: valorizavam a Razão em todas as suas obras e pensamentos.

- EMPIRISMO: as soluções buscadas diante dos seus questionamentos eram produzidas através de muita experimentação.


NA ITÁLIA

Intrinsecamente ligado ao desenvolvimento comercial e urbano, o Renascimento surgiu e atingiu seu apogeu na região da Europa onde essas transformações ocorreram antes e de maneira mais intensa: as cidades italianas. Lá surgiram os primeiros burgueses com enorme capital e dispostos a patrocinar artistas e cientistas, sendo denominados de MECENAS, ou seja, homens que buscavam ostentar sua riqueza e perpetuar sua imagem através das obras renascentistas, a exemplo da família dos Médici, em Florença. 

O Renascimento foi um movimento essencialmente elitista, pois só existia para a alta burguesia e para a nobreza. 



FASES DO RENASCIMENTO

A Renascença italiana costuma ser dividida em três fases: o Trecento (século XIV); o Quatrocento (século XV) e o Cinquecento (século XVI).

A) TRECENTO (séc. XIV)

Período em que ocorre um rompimento dos laços culturais feudais e medievais. Temos como destaque na pintura Giotto di Bondoni, que trouxe imagens sacras aliadas a um forte traço naturalista. Já na literatura surgiram nomes como o de Dante Alighieri (A Divina Comédia); Francesco Petrarca (De África) e Giovani Boccaccio (Decameron). 

"A Lamentação" - Giotto
B) QUATROCENTO (séc. XV)

Caracterizou-se pela intensa produção artística e extrema evolução intelectual. Com o enorme financiamento dos mecenas, os artistas começaram a ser vistos não somente como pequenos artesãos, mas como verdadeiros profissionais da arte, totalmente independentes. Impossível não destacar o personagem que tornou-se um ícone, não só do período como de todo o Renascimento - Leonardo Da Vinci

Da Vinci era um artista múltiplo - botânico, arquiteto, pintor, cartógrafo, engenheiro, escultor, físico, geólogo, químico e inventor, entre outras ocupações. Típico humanista, adquiriu e produziu conhecimento em diversas áreas. Várias são as suas obras, como a famosa Mona Lisa e o Homem Vitruviano, uma de suas mais conhecidas obras, belo exemplar do espírito do Renascimento, por tratar-se de um estudo anatômico que busca representar com perfeição matemática, expondo a beleza e a simetria do corpo humano. Seus projetos estão além de seu tempo, a exemplos dos esboços do paraquedas, do tanque de guerra, da metralhadora, do escafandro, entre outros. Seus estudos de anatomia são verdadeiras relíquias que mostram sua enorme capacidade de observação, experimentação e questionamento. 

Desenhos de Da Vinci

HOMEM VITRUVIANO
MONA LISA - LA GIOCONDA
TANQUE DE GUERRA - DA VINCI
Além de Da Vinci, tivemos Sandro Boticelli, com sua obra trazendo uma união de valores pagãos e cristãos, representados na obra "Nascimento da Vênus".


C) CINQUECENTO (séc. XVI)

Nesse período Roma substituiu Florença como principal centro da arte italiana, e a Igreja Católica tornou-se   o grande Mecenas do período. Michelangelo e Rafael Sanzio fizeram importantes obras para a Sé. 

Outro grande artista renascentista foi Michelangelo Buonarroti, que projetou a cúpula da Basílica de São Pedro e decorou a Capela Sistina (ambas no Vaticano) com algumas das mais conhecidas pinturas renascentistas, como a Criação de Adão. Foi na escultura que seu trabalho desenvolveu-se de maneira mais intensa e atingiu o auge. A escultura de Davi, uma de suas principais criações, diz muito sobre o que foi o Renascimento, além de exibir os contornos precisos, a imponente escultura de 5 metros exprime a força e a confiança do ser humano.

DAVI - MICHELANGELO

Alguns cientistas afirmam que o artista renascentista deixou estruturas anatômicas em suas obras a exemplo dos afrescos realizados na Capela Sistina. A avaliação dos pesquisadores é a de que o artista desejava, com a sua pintura, representar o que acreditava ser uma mostra da genialidade divina. “Ele era bastante religioso”, disse à revista ISTOÉ o médico Rafael Tamargo, autor principal do trabalho recém-publicado. “Desenhar o cérebro pode ter sido a forma que encontrou para celebrar não só a glória de Deus, mas também a sua mais magnífica criação”, afirmou. Na opinião do neurologista, Michelangelo sabia que o cérebro era uma parte muito importante do corpo humano. “Por isso mesmo, resolveu incluí-lo na criação do universo porque entendia que o órgão havia sido uma das coisas mais brilhantes criadas por Deus.


Representação de um cérebro cortado lateralmente

Na literatura, sistematizou-se o uso da língua italiana, com autores como Torquato Tasso e Nicolau Maquiavel, este um dos grandes teóricos absolutistas e importante pensador político do período, trazendo em sua obra "O Príncipe" um ensaio sobre a arte de governar, defendendo a falta de escrúpulos, o uso da força e a diminuição da atuação da Igreja Católica.


DIFUSÃO DO RENASCIMENTO

Seguindo pelas rotas comerciais, o Renascimento chegou a várias partes da Europa. Nos Países Baixos destacou-se no humanismo a obra de Erasmo de Roterdã - O Elogio da Loucura - que criticou de forma intensa a corrupção da Igreja Católica, sendo um, portanto, um precursor da Reforma Protestante.

Na Inglaterra surgiu outro expoente do humanismo, Thomar Morus (Utopia) e um dos maiores dramaturgos de todos os tempos, William Shakespeare (Hamlet, Macbeth, Rei Lear, Romeu e Julieta).

Entre os franceses, os mais notáveis foram os escritores Rabelais (Gargantua e Pantagruel) e Montaigne (Ensaios).

A Península Ibérica não incorporou por completo os ideais renascentistas, mas também produziu célebres escritores no período, como o português Luís de Camões (Os Lusíadas) e o espanhol Miguel de Cervantes (Dom Quixote). 

RENASCIMENTO CIENTÍFICO

Durante o séc. XVI viveram os grandes cientistas do Renascimento: o polonês Nicolau Copérnico, o alemão Johanes Kepler e os italianos Giordano Bruno e Galileu Galileu, todos astrônomos defensores da revolucionária teoria Heliocêntrica, que rompeu com as supostas verdades da Igreja ao afirmar que a Terra era o centro do universo. Esses cientistas foram os primeiros a utilizar o método do empirismo, que através de inúmeros experimentos e testes garantiam a veracidade dos seus estudos. 

JOHANNES  KEPLER - GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
GALILEU GALILEI
NICOLAU COPÉRNICO
OBRA DE COPÉRNICO - 
                   De Revolutionibus Orbium Coelestium (Da revolução das esferas celestes)


RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICO

A pedido do aluno e amigo Aylon Sousa o Impacto na História traz a aula em ppt. sobre Renascimento Cultural e Científico. 


Segue o link: RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICO

domingo, 24 de junho de 2012

4° SIMULADO ENEM IMPACTO NA HISTÓRIA

Boa noite de domingo a todos!

O Impacto na História traz novamente, pensando na melhor preparação possível para o ENEM, o 4° Simulado Enem Impacto na História. 

Desta vez aborda o tema Idade Média, especificamente Alta Idade Média, treinando seus conhecimentos sobre Feudalismo, Igreja e Cultura Medieval

Vamos lá! Sem perder tempo! Baixe o simulado e não deixe de resolvê-lo! O Enem e seus concorrentes estão cada vez mais próximos e a preparação não pode cessar. Firmes e fortes, juntos e misturados rumo à APROVAÇÃO

4° SIMULADO ENEM - HISTÓRIA
Prof. Joffreson Santos





01) Entre as características do feudalismo, sistema político social e econômico estruturado na Europa nos séculos IX e X estão:

1. A existência de monarcas poderosos.

2. A divisão territorial em glebas denominadas feudos e o vínculo de subordinação entre os indivíduos baseado na posse da terra.

3. O relacionamento entre os indivíduos do feudo com base em direitos e obrigações.

4. O apogeu do liberalismo econômico e grande atividade mercantil entre os diversos feudos e nações.

Assinale:
A - Se os itens 1, 2, 3 e 4 são os corretos.
B - Se os itens 2, 3 e 4 são os corretos.
C - Se os itens 1 e 4 são os corretos.
D - Se os itens 3 e 4 são os corretos.
E - Se os itens 2 e 3 são os corretos.


02) “O homem está na terra para servir ao Senhor” é a formulação básica da ideologia feudal que orienta a cadeia de dependências característica do sistema.

Assinale a alternativa que corresponde corretamente a essa formulação:

A - A coerção econômica e a violência eram os meios de subordinação do servo da gleba, pobre e fraco diante do senhor, que era, ao mesmo tempo, chefe militar e proprietário rural.

B - O servo da gleba era um arrendatário que devia pagamento ao senhor pela utilização da terra, em produtos in natura, porque a circulação da moeda era nula.

C - Embora pobre, o servo era um parceiro, pois ocupava a gleba e dividia a produção de sua parcela com o senhor.

D - Os camponeses estavam sujeitos à jurisdição do senhor, a quem deviam obrigações e rendas em espécie; este, por sua vez, devia serviços a outro senhor, numa escala de dependência pessoal, que caracterizava o sistema.

E - Enquanto a dependência entre vassalos e senhores era pessoal e juramentada diante da autoridade eclesiástica, a dependência do servo era econômica.

03) O caráter fundamental dessas sociedades reside nas relações de produção que se acham em sua base; propriedade do senhor sobre a terra e propriedade limitada do senhor sobre o camponês. Essa propriedade da pessoa é muito importante; sem ela, o senhor não poderia exigir os tributos e as prestações pessoais (Marx e Lênin insistiram neste ponto). (THEO e outros. 1988, p. 29.)

O texto se refere ao:
A - escravismo clássico, na medida em que as relações de produção se baseavam na expropriação do excedente econômico do senhor sobre o trabalhador rural;

B - escravismo colonial, visto que a metrópole impunha limites na exploração do escravo, considerado uma mercadoria de alto valor comercial;

C - feudalismo, já que o servo devia inúmeras obrigações ao senhor feudal, não podendo abandonar os domínios feudais;

D - período da Baixa Idade Média, quando o surgimento da burguesia e do comércio reduziu as obrigações entre os senhores e seus servos;

E - fortalecimento do poder real, na Idade Moderna, quando o monarca impunha sua autoridade sobre toda a nação, inclusive o direito sobre todas as terras do reino.

04) As três heranças culturais que formaram a Idade Média – a romana, a germânica e a cristã – tinham preconceito em relação ao trabalho. Na sociedade escravocrata romana, privilegiava-se a dedicação aos prazeres materiais e às “coisas do espírito” (poesia, filosofia, música); a sociedade germânica valorizava a riqueza obtida pela conquista; já o pensamento cristão identificava o trabalho ao resgate do pecado original. Adaptado de: FRANCO JR. Hilário. Cocanha. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o trabalho no medievo, considere as afirmativas a seguir:

I. As obrigações dos camponeses variavam conforme a sua condição jurídica (livres, escravos ou servos), mas o século XI caracterizou-se pela servidão no Ocidente europeu, o que implicou em obrigações como a corvéia e o pagamento de várias taxas.

II. O trabalho não era condizente com a formação da nobreza. Suas riquezas provinham da exploração dos patrimônios herdados, principalmente terras, e da pilhagem resultante dos conflitos militares.

III. O movimento camponês da jacquerie pretendeu a abolição do trabalho, a liberdade de expressão nos assuntos políticos e religiosos e o estabelecimento de um governo comunal.

IV. A partir do progresso agrícola entre os séculos XI e XII, a população, de modo geral, passou a se alimentar mais e melhor, o que possibilitou o crescimento demográfico e o sucessivo dinamismo comercial.

V. A ascensão da burguesia, ao final da Idade Média intensificou a rejeição ao trabalho, o que se evidencia no crescimento de movimentos anarquistas nos meios urbanos.

Estão corretas apenas as afirmativas:
A - I, II e III;
B - I, II e IV;
C - I, III e V;
D - II, IV e V;
E - III, IV e V.

05) O senhor feudal podia possuir mais de um feudo. Em troca dos serviços dos servos, dava-lhes terras de arrendamento vitalício. Os poderes exercidos pelos senhores feudais eram:

A - judiciais, executivos e legislativos;

B - judiciais e militares sobre seu domínio;

C - judiciais, legislativos e militares sobre seu feudo;

D - judiciais e militares feudais mercenários;

E - jurídicos e administrativos de seu domínio.

06) Durante o período feudal (século X ao XIII), a vida na maior parte da Europa Ocidental caracterizou-se por ser essencialmente agrária.

Sobre o feudalismo, julgue os itens como VERDADEIROS (V) ou FALSOS (F):

A - Mesmo com a autossuficiência dos senhorios, em alguns lugares, havia feiras que se desenvolveram nas proximidades dos castelos medievais. Quando novas técnicas permitiram melhor aproveitamento das terras e as trocas de mercadorias se tornaram mais efetivas, os lugares de transações comerciais foram-se transformando em cidades. (    )

B - O controle do tempo era um aspecto constituidor do poder teológico da Igreja, ou seja, o tempo era concebido como atividade religiosa, envolvendo um ritual litúrgico intenso, no qual se celebrava o drama do Salvador. (   )

C - A idealização da sociedade dividida entre “os que rezam”, “os que guerreiam” e “os que trabalham” era justificada como um ordenado sagrado conferido ao clero, que se consagrava como intermediário entre Deus e as pessoas. (   )

D - A estrutura política do feudalismo se caracterizava por uma centralização do poder na figura do rei e este mantinha um controle rígido sobre a propagação da fé e da expansão das atividades mercantis. (    )


E - Assim como os escravos, os servos eram as mercadorias mais valiosas que os senhores dispunham em seus feudos e, por isso, eram agregados à terra. (   )

07) "(...) Na sexta-feira (7 de abril) foram de novo prestadas homenagens ao conde, as quais eram feitas por esta ordem, em expressão de fidelidade e garantia. Primeiro prestaram homenagem desta maneira: o conde perguntou (ao vassalo) se ele desejava tornar-se o seu homem, sem reservas, ele respondeu: Quero; então, tendo juntas as mãos, colocou-as entre as mãos do conde e aliaram-se por beijo. Em segundo lugar, aquele que havia prestado homenagem jurou fidelidade ao porta-voz do conde, com estas palavras: Comprometo-me por minha fé a ser fiel daqui por diante ao conde Guilherme e a cumprir integralmente a minha homenagem, de boa-fé e sem dolo, contra todos; e, em terceiro lugar, jurou o mesmo sobre as relíquias dos santos." (Galberto Brugense. Vita Karoli Comitis Flandriae. Monumenta Germanica Historica. Scriptores, apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. história da Idade Média. São Paulo: editora da UNESP, 2000. p. 96.) As relações feudo-vassálicas representam o sistema feudal, caracterizando-se pela vinculação pessoal entre um senhor e seu vassalo. Ainda que haja inúmeras variantes regionais da aplicação desse modelo sociopolítico, os elementos que as compõem e a natureza das vinculações mantêm-se as mesmas.

Sobre esse modelo, é correto afirmar:

1 - As relações feudo-vassálicas explicam as intensas atividades comerciais estabelecidas entre senhores feudais e a aristocracia guerreira.

2 - O vínculo vassálico que une um senhor a seu vassalo constitui uma iniciativa de estruturação, controle e unidade dos grupos privilegiados.

4 - O senhor cobra do vassalo fidelidade e serviço e oferece em troca proteção e benefício.

8 - O feudo constitui um dos elementos fundamentais da relação feudo-vassálica e materializa o benefitium que o senhor oferece ao vassalo em troca de sua fidelidade.

16 - As relações feudo-vassálicas envolvem um senhor, que é sempre poderoso, de preferência um conde, e um vassalo, servo de seu senhorio.

SOMATÓRIA (   )

08) A fim de satisfazer as necessidades do castelo, os comerciantes começaram a afluir à frente da sua porta, perto da ponte: mercadores, comerciantes de artigos caros e, depois, donos de cabaré e hoteleiros que alimentavam e hospedavam todos aqueles que negociavam com o príncipe (...) Foram construídas assim casas e instalaram-se albergues onde eram alojados os que não eram hóspedes do castelo (...) As habitações multiplicaram-se de tal sorte que foi logo criada uma grande cidade. (Jean Long, cronista do século XIV.)

De acordo com o texto, o nascimento de algumas cidades da Europa resultou da:

A - transformação do negociante sedentário em comerciante ambulante;

B - oposição dos senhores feudais à instituição do mercado no seu castelo;

C - atração exercida pelos pregadores religiosos sobre a população camponesa;

D - insegurança provocada pelas lutas entre nobres feudais sobre a atividade mercantil;

E - fixação crescente de uma população ligada às atividades mercantis.

09) Leia o texto:

"Tão grande era o número de mortos que, escasseando os caixões, os cadáveres eram postos em cima de simples tábuas. Não foi um só o caixão a receber dois ou três mortos simultâneamente. Também não sucedeu uma vez apenas de esposa e marido, ou dois e três irmãos, ou pai e filhos, serem enterrados no mesmo féretro [...]. Para dar sepultura à grande quantidade de corpos que se encaminhavam a qualquer igreja, todos os dias, quase toda hora, não era suficiente a terra já sagrada; e menos ainda seria suficiente se se desejasse dar a cada corpo um lugar próprio, conforme o antigo costume. Por isso passaram-se a edificar igrejas nos cemitérios, pois todos os lugares estavam repletos, ainda que alguns fossem muito grandes; punham-se nessas igrejas, às centenas, os cadáveres que iam chegando; e eles eram empilhados como as mercadorias nos navios [...]." (BOCCACCIO, Giovanni. Decamerão. São Paulo: Abril, 1981.)

O testemunho do escritor italiano Boccaccio faz referência ao advento da Peste Negra na Europa Ocidental, a qual acelerou a crise do sistema feudal dos séculos XIV e XV.

Assinale, entre as alternativas abaixo, o fator ao qual essa crise pode ser relacionada:

A - Nos séculos XIV e XV, a economia europeia tornou-se predominantemente urbana, o que acarretou falta de trabalhadores no campo para a produção agrícola. Sem boas condições de alimentação, a população ficou mais sujeita às doenças.

B - O crescimento demográfico afirmou-se ao longo da Baixa Idade Média até um ponto em que a produção do sistema feudal não foi mais capaz de alimentar a população, que ficou fragilizada.

C - As técnicas de produção eram muito desenvolvidas para a época, a ponto de provocarem uma superprodução que gerou o desequilíbrio do sistema.

D - A servidão, instaurada como forma predominante de trabalho na Europa Ocidental a partir do século XV, enfraqueceu a população e levou à mortalidade endêmica.

E - Como resultado da mortalidade provocada pela Peste Negra, os nobres decretaram leis para auxiliar a população camponesa.

10) Réveillon de 999. Muitos europeus aguardavam o apocalipse. (...) O réveillon passou. O apocalipse não veio, mas a população só se acalmou em 1033, mil anos após a morte de Jesus Cristo. Esse "terror milenar" era uma expressão do caos político que se seguiu à desagregação do Sacro Império de Carlos Magno. (...).  Forte religiosidade, decadência da autoridade central, invasões, declínio do comércio e da vida urbana. O feudalismo que surgia dessa crise não era um sistema elaborado por alguma teoria, mas uma resposta improvisada à falta de uma autoridade central eficiente. As práticas daí surgidas não eram uniformes, diferiam de localidade para localidade e, em certas regiões, não chegaram a criar raízes firmes. (Campos & Miranda, p. 68)

Tomando como referência o texto aliado aos conhecimentos sobre o feudalismo, pode-se afirmar:


A - A desagregação do Império Romano, ao criar um clima de instabilidade espiritual, contribuiu para o reforço da religiosidade e do poder da Igreja Católica, única instituição de caráter universalista na Época Medieval.

B - O poder da Igreja Católica só se consolidou no século XI, devido às perseguições empreendidas pelos reinos bárbaros germânicos aos cristãos, o que contribuiu para a homogeneidade de doutrina e de dogmas entre os cristãos medievais.

C - O aparecimento do Reino Franco de Carlos Magno atrasou a consolidação do feudalismo, na medida em que prolongou a atividade comercial e urbana, com a submissão dos grandes proprietários rurais à autoridade real.

D - O feudalismo, concebido pela Igreja Católica, implantou-se de forma homogênea, estabelecendo as mesmas obrigações feudo-vassálicas e uma sociedade hierarquizada e dividida em castas, por toda a Europa Medieval.

E - O Período Medieval desconheceu a utilização da moeda no comércio, que se baseou no sistema de trocas e se restringiu às áreas internas dos feudos, fruto da condenação, pela Igreja, de qualquer atividade econômica que produzisse lucro.

11) É importante notar que os senhores feudais não tinham a propriedade absoluta de suas terras. A maior parte delas eram doações feitas pelo rei ou por nobres mais poderosos, que, em troca, recebiam auxílios em épocas de conquistas. Havia também doações feitas com o objetivo de estabelecer laços de fidelidade e aumentar o poder. As doações poderiam ser retiradas, caso o recebedor desses benefícios não cumprisse o juramento e as obrigações para com o doador. Por isso, vínculos e relações, bastante personalizados, também se estabeleciam entre os membros da nobreza. (Cáceres, p. 123)

As relações de fidelidade referidas no texto organizaram-se:

A - da prática do comitatus, herdada dos germanos;

B - do beneficium cultivado nos mosteiros e conventos;

C - do colonato, herdado das relações de trabalho entre gregos.

D - das banalidades, praticadas pela Igreja na cobrança do dízimo;

E - da corveia, benefício concedido ao vassalo que participava da defesa do feudo.

12) No âmbito da vida sociocultural, a sociedade feudal clássica caracterizou-se:

A - pelo patriarcalismo dos senhores, que deveriam defender e sustentar seus escravos;

B - pela predominância de uma atitude laica e humanista diante da vida e do mundo;

C - pelas relações individualistas, geradas pelo desenvolvimento urbano e comercial;

D - pelo sentimento de insegurança e pessimismo diante de invasões e epidemias;

E - pela postura inovadora gerada pelas descobertas científicas e do Novo Mundo.


13) Leia atentamente o trecho:

“O medieval só conhecia um modo de modificar a ordem das coisas naturais: o milagre. A ideia de impossível não tinha lugar. Em princípio, tudo era possível. O universo estava completamente embebido de vontade divina. Nada deixava de ser viável, se estivesse de acordo com este fundamento que presidia o mundo e as vidas. O universo cotidiano estava inteiramente pontilhado por milagres, prodígios e maravilhas. Deus não era de modo algum algo remoto”. (RODRIGUES, José Carlos. O corpo na história. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999, p. 44.)

A importância do aspecto religioso no modo como o homem medieval interpretava o mundo em que vivia demonstra o poder que a Igreja Católica detinha. Esse poder pode ser atribuído a diversos fatores, exceto:

A - ao crescimento do número de fiéis, fruto de um intenso processo de evangelização de populações que eram antes politeístas;

B - ao controle exercido sobre a produção intelectual deixada pela Antiguidade e sobre as atividades de ensino;
C - ao papel de Instituição, alcançado pela Igreja, ao sobreviver ao fim político e administrativo do Império Romano do Ocidente;

D - à posição assumida pela Igreja, na defesa das camadas mais pobres da sociedade, contra a exploração do trabalho servil;

E - ao poderio econômico que a Igreja alcançou por meio das inúmeras doações recebidas, inclusive de terras.

14) Analise a figura abaixo:


(COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 110)

Ela refere-se às penas aplicadas pelos Tribunais de Inquisição, criados em 1231 pelo papa Gregório IX, com a missão de julgar os hereges. O Tribunal de Inquisição, estimulado pelas monarquias católicas:

A - atuou no sentido de combater os movimentos contrários à ordem social dominante e acabou desempenhando também papel de repressão sócio-política;

B - manteve uma política opressora e intolerante sobre os povos dominados e Incentivou o declínio das estruturas socioeconômicas feudais;

C - favoreceu o desenvolvimento de doutrinas que defendiam a salvação pela fé e foi responsável pelo surgimento de religiões apoiadas no protestantismo;

D - assumiu um papel político de destaque no período medieval ao impor ao homem a moral, a ética e os princípios da região oriental;

E - contribuiu decisivamente para o nascimento de uma nova civilização, a da Europa Cristã, e possibilitou a dominação da Igreja romana sobre a sociedade medieval.


15) Na arte do Renascimento, os ideais da Idade Média começavam a ser repelidos, mas sua extinção só se daria lentamente. Pois, durante muito tempo, o espírito medieval estaria encravado na essência do Renascimento.

(Fonte: Mestres da Pintura. Fra Angélico. 1387-1455. Episódio da Fuga do Egito. p. 59. Abril Cultural)

Observando-se a figura é incorreto afirmar que a obra representa:

A - a visão de uma sociedade marcada pelo pessimismo e desprezo ao cientificismo;

B - a representação da vida de Cristo com um tom narrativo de forte apelo popular;

C - o desenvolvimento do humanismo e a valorização do campo na paisagem;

D - a harmonia entre a vida cotidiana da época e diversos elementos do Cristianismo.


16) “No coração da obra, esta idéia: Deus é luz. Desta luz inicial, incriada e criadora, participa cada criatura. Cada criatura recebe e transmite a iluminação divina segundo a sua capacidade, isto é, segundo o lugar que ocupa na escala dos seres, segundo o nível em que o pensamento de Deus hierarquicamente o situou.” (DUBY, Georges. O tempo das catedrais. Lisboa: Estampa, 1979. p. 105.)

A citação resume o princípio norteador do estilo gótico, que predominou na arquitetura e na escultura religiosa da Europa Ocidental no século XIII.

Sobre esse estilo e seus ideais, assinale a alternativa correta:

A - A necessidade de luminosidade levou ao desenvolvimento de técnicas cada vez mais apuradas de sustentação de grandes candelabros nas altas abóbadas, a fim de garantir, com velas de cera, a luz no interior da construção, visto que a luz natural é escassa na maior parte do ano nas regiões setentrionais da Europa.

B - Na Idade Média, todos os pensadores que discordavam do pensamento oficial da Igreja tinham que buscar espaços alternativos para a manifestação de suas idéias. As catedrais góticas, construídas nas cidades, são um exemplo desse tipo de espaço.

C - A luminosidade das catedrais góticas representa uma tentativa dos arquitetos da época de identificar os espaços sagrados com o entusiasmo predominante no século XIII, decorrente das boas condições de vida que se instauravam com a conjuntura de crescimento urbano, mercantil e agrícola que predominava naquele contexto. Com isso, a Igreja mantinha atualizados seu discurso e presença como convinha ao otimismo da época.

D - Como as catedrais eram construídas por mestres pedreiros, ferreiros, vitraleiros e carpinteiros, entre outros, a arquitetura das altas igrejas e a aparência de poder e verticalidade das construções decorriam das aspirações desses membros das corporações de ofícios de conquistarem o poder dentro das cidades.

E - Os vitrais representavam cenas ocorridas durante a construção das catedrais, que demoravam décadas até estarem concluídas, e apresentavam sobretudo cenas do trabalho dos mestres e trabalhadores manuais.



17) "Em finais do séc. IX surge na literatura medieval, para se espraiar no século XI e até tornar-se um lugar comum no século XII, um tema que descreve a sociedade dividida em três categorias ou ordens. As três componentes desta sociedade tripartida são segundo a forma clássica de Adalberto de Laon do séc. XI: oratores, bellatores, laboratores." (LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa: Editorial Estampa, 1979.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estrutura social da Idade Média, é correto afirmar:

A - Na estrutura tripartida, o conjunto dos homens livres subsistia sem seus servos.

B - Os oratores, pertencentes à ordem clerical, recusavam qualquer pagamento pelos seus préstimos, pois a sua vocação era meramente combater.

C - A atividade religiosa, o prestígio militar e a incumbência da produção eram, respectivamente, elementos constitutivos das três ordens no medievo.

D - Os bellatores tinham a responsabilidade de produzir alimentos para as outras duas ordens.

E - Os laboratores constituíam uma camada social marcada pelo distanciamento das atividades ligadas à terra e ao pastoreio de animais.

18) “O desejo de dar uma forma e um estilo ao sentimento não é exclusivo da arte e da literatura; desenvolve-se também na própria vida: nas conversas da corte, nos jogos, nos desportos... Se, por conseguinte, a vida pede à literatura os motivos e as formas, a literatura, afinal, não faz mais do que copiar a vida.” (HUIZINGA, Johan, O declínio da Idade Média.)

Na Idade Média essa relação entre literatura e vida foi exercida principalmente pela:

A - vassalagem;
B - guilda;
C - cavalaria;
D - comuna;
E - monarquia.

19) A Idade Média foi considerada, pelos iluministas do século XVIII, como uma “noite de mil anos”. Esta afirmativa não é correta. Muita coisa foi inventada e criada durante aquele período histórico, podendo-se destacar:

1 - As colunas de ornamentação e sustentação na arquitetura, denominadas coríntia e jônica.

2 - As universidades, organizadas em corporações de professores e alunos, com governo próprio e autônomo.

4 - A criação de um pensamento original chamado filosofia escolástica.

8 - A criação, na arquitetura, de um estilo próprio e característico chamado gótico.

16 - O surgimento do estilo barroco, com uso excessivo de luzes e cores no seu interior.

SOMATÓRIA (  )


20) Sobre a cultura medieval, podemos afirmar:

I. A Idade Média foi um período de expressiva produção cultural, embora os renascentistas a tivessem denominado de Idade das Trevas por combaterem a temática daquele período.

II. Enquanto o Renascimento foi um movimento anticlerical e antiescolástico, a cultura medieval foi essencialmente religiosa e teocêntrica.

III. Entre as obras literárias medievais destacam-se a “Canção de Rolando”, “Poema do Cid” e a “Canção de Nibelungos”.

IV. O “Romance da Rosa” e a “Divina Comédia” são obras em que as características religiosas e teocêntricas mais se evidenciaram.

Estão corretas:
A - apenas I e II;
B - apenas II e III;
C - apenas I, II e III;
D - apenas II e IV;
E - apenas I, III e IV.


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GABARITO

1) E    2) D   3) C    4) B    5) B    6) V-V-V-F-F    7) SOMA (14)    8) E    9) B    10) A

11) A   12) D   13) A   14) A   15) A    16) C   17) C   18) C    19) SOMA (14)   20) C