sexta-feira, 29 de junho de 2012

RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICO

EXPLOSÃO CULTURAL

CRIADOR E CRIATURA
O afresco "A criação de Adão" feito por Michelângelo, adorna o teto da Capela Sistina, no Vaticano.

           Muitas das mais famosas obras de arte da história foram produzidas na Itália, entre 1300 e 1600. Saiba por que e confira como essas criações nos ajudam a entender o espírito da época. 

O Renascimento foi o movimento intelectual e artístico ocorrido entre os séculos XIV e XVI na Europa. Representou uma nova visão do mundo, surgida com a nova sociedade, mais dinâmica e individualista que a anterior. Tudo ocorre após o surto de desenvolvimento comercial e urbano iniciado na Baixa Idade Média.

O homem deixava a coletividade e a submissão aos desígnios de Deus para valorizar seus feitos e seu imenso poder de criação e aperfeiçoamento, deixando de lado as amarras da Igreja. 

CARACTERÍSTICAS


Possuindo como elemento essencial o HUMANISMO, corrente filosófica que tinhas como bases: a Capacidade de Criação do Homem; Otimismo em todas as ações; Valorização dos clássicos; Individualidade intensa e Liberdade para prática da arte (Memorizem a palavra COVIL). 

Vejamos então outras características:

- ANTROPOCENTRISMO: momento de valorização do Ser Humano, trazendo-o como centro de todas as ideias. O homem possui uma capacidade quase divina de criar, e, exercendo-a, aproxima-se muito de Deus. Enterra de vez a força do Teocentrismo medieval, que trazia a religião como alicerce de toda a sociedade.

- CLASSICISMO: inspiração em pensadores da antiguidade clássica - Grécia e Roma - promovendo dessa forma um renascimento daquelas culturas, vindo a batizar o novo período moderno.

- HEDONISMO: defendiam o prazer individual como único bem possível.

- NATURALISMO: buscavam representar a Natureza de maneira fiel à realidade.

- RACIONALISMO: valorizavam a Razão em todas as suas obras e pensamentos.

- EMPIRISMO: as soluções buscadas diante dos seus questionamentos eram produzidas através de muita experimentação.


NA ITÁLIA

Intrinsecamente ligado ao desenvolvimento comercial e urbano, o Renascimento surgiu e atingiu seu apogeu na região da Europa onde essas transformações ocorreram antes e de maneira mais intensa: as cidades italianas. Lá surgiram os primeiros burgueses com enorme capital e dispostos a patrocinar artistas e cientistas, sendo denominados de MECENAS, ou seja, homens que buscavam ostentar sua riqueza e perpetuar sua imagem através das obras renascentistas, a exemplo da família dos Médici, em Florença. 

O Renascimento foi um movimento essencialmente elitista, pois só existia para a alta burguesia e para a nobreza. 



FASES DO RENASCIMENTO

A Renascença italiana costuma ser dividida em três fases: o Trecento (século XIV); o Quatrocento (século XV) e o Cinquecento (século XVI).

A) TRECENTO (séc. XIV)

Período em que ocorre um rompimento dos laços culturais feudais e medievais. Temos como destaque na pintura Giotto di Bondoni, que trouxe imagens sacras aliadas a um forte traço naturalista. Já na literatura surgiram nomes como o de Dante Alighieri (A Divina Comédia); Francesco Petrarca (De África) e Giovani Boccaccio (Decameron). 

"A Lamentação" - Giotto
B) QUATROCENTO (séc. XV)

Caracterizou-se pela intensa produção artística e extrema evolução intelectual. Com o enorme financiamento dos mecenas, os artistas começaram a ser vistos não somente como pequenos artesãos, mas como verdadeiros profissionais da arte, totalmente independentes. Impossível não destacar o personagem que tornou-se um ícone, não só do período como de todo o Renascimento - Leonardo Da Vinci

Da Vinci era um artista múltiplo - botânico, arquiteto, pintor, cartógrafo, engenheiro, escultor, físico, geólogo, químico e inventor, entre outras ocupações. Típico humanista, adquiriu e produziu conhecimento em diversas áreas. Várias são as suas obras, como a famosa Mona Lisa e o Homem Vitruviano, uma de suas mais conhecidas obras, belo exemplar do espírito do Renascimento, por tratar-se de um estudo anatômico que busca representar com perfeição matemática, expondo a beleza e a simetria do corpo humano. Seus projetos estão além de seu tempo, a exemplos dos esboços do paraquedas, do tanque de guerra, da metralhadora, do escafandro, entre outros. Seus estudos de anatomia são verdadeiras relíquias que mostram sua enorme capacidade de observação, experimentação e questionamento. 

Desenhos de Da Vinci

HOMEM VITRUVIANO
MONA LISA - LA GIOCONDA
TANQUE DE GUERRA - DA VINCI
Além de Da Vinci, tivemos Sandro Boticelli, com sua obra trazendo uma união de valores pagãos e cristãos, representados na obra "Nascimento da Vênus".


C) CINQUECENTO (séc. XVI)

Nesse período Roma substituiu Florença como principal centro da arte italiana, e a Igreja Católica tornou-se   o grande Mecenas do período. Michelangelo e Rafael Sanzio fizeram importantes obras para a Sé. 

Outro grande artista renascentista foi Michelangelo Buonarroti, que projetou a cúpula da Basílica de São Pedro e decorou a Capela Sistina (ambas no Vaticano) com algumas das mais conhecidas pinturas renascentistas, como a Criação de Adão. Foi na escultura que seu trabalho desenvolveu-se de maneira mais intensa e atingiu o auge. A escultura de Davi, uma de suas principais criações, diz muito sobre o que foi o Renascimento, além de exibir os contornos precisos, a imponente escultura de 5 metros exprime a força e a confiança do ser humano.

DAVI - MICHELANGELO

Alguns cientistas afirmam que o artista renascentista deixou estruturas anatômicas em suas obras a exemplo dos afrescos realizados na Capela Sistina. A avaliação dos pesquisadores é a de que o artista desejava, com a sua pintura, representar o que acreditava ser uma mostra da genialidade divina. “Ele era bastante religioso”, disse à revista ISTOÉ o médico Rafael Tamargo, autor principal do trabalho recém-publicado. “Desenhar o cérebro pode ter sido a forma que encontrou para celebrar não só a glória de Deus, mas também a sua mais magnífica criação”, afirmou. Na opinião do neurologista, Michelangelo sabia que o cérebro era uma parte muito importante do corpo humano. “Por isso mesmo, resolveu incluí-lo na criação do universo porque entendia que o órgão havia sido uma das coisas mais brilhantes criadas por Deus.


Representação de um cérebro cortado lateralmente

Na literatura, sistematizou-se o uso da língua italiana, com autores como Torquato Tasso e Nicolau Maquiavel, este um dos grandes teóricos absolutistas e importante pensador político do período, trazendo em sua obra "O Príncipe" um ensaio sobre a arte de governar, defendendo a falta de escrúpulos, o uso da força e a diminuição da atuação da Igreja Católica.


DIFUSÃO DO RENASCIMENTO

Seguindo pelas rotas comerciais, o Renascimento chegou a várias partes da Europa. Nos Países Baixos destacou-se no humanismo a obra de Erasmo de Roterdã - O Elogio da Loucura - que criticou de forma intensa a corrupção da Igreja Católica, sendo um, portanto, um precursor da Reforma Protestante.

Na Inglaterra surgiu outro expoente do humanismo, Thomar Morus (Utopia) e um dos maiores dramaturgos de todos os tempos, William Shakespeare (Hamlet, Macbeth, Rei Lear, Romeu e Julieta).

Entre os franceses, os mais notáveis foram os escritores Rabelais (Gargantua e Pantagruel) e Montaigne (Ensaios).

A Península Ibérica não incorporou por completo os ideais renascentistas, mas também produziu célebres escritores no período, como o português Luís de Camões (Os Lusíadas) e o espanhol Miguel de Cervantes (Dom Quixote). 

RENASCIMENTO CIENTÍFICO

Durante o séc. XVI viveram os grandes cientistas do Renascimento: o polonês Nicolau Copérnico, o alemão Johanes Kepler e os italianos Giordano Bruno e Galileu Galileu, todos astrônomos defensores da revolucionária teoria Heliocêntrica, que rompeu com as supostas verdades da Igreja ao afirmar que a Terra era o centro do universo. Esses cientistas foram os primeiros a utilizar o método do empirismo, que através de inúmeros experimentos e testes garantiam a veracidade dos seus estudos. 

JOHANNES  KEPLER - GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
GALILEU GALILEI
NICOLAU COPÉRNICO
OBRA DE COPÉRNICO - 
                   De Revolutionibus Orbium Coelestium (Da revolução das esferas celestes)


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