sexta-feira, 22 de abril de 2011

BRASIL COLÔNIA

Bom dia amigos do Impacto na História!

Hoje dia 22 de abril, para nossa historiografia oficial é um dia especial, pois representa o "Descobrimento do Brasil" pelos portugueses liderados por Pedro Alvares Cabral, que nessa data chegou juntamente com sua esquadra ao litoral da Bahia no ano de 1500.

Para os historiadores mais atuais e diante de várias pesquisas, trata-se mais de uma tomada de posse do que de um descobrimento em si, pois a existência do território - dividido seis anos antes entre portugueses e espanhóis pelo Tratado de Tordesilhas - já era sabida por Portugal.

Vamos analisar primeiramente o período das grandes navegações portuguesas que levaram à busca por novas terras além-mar e depois como foram os anos seguintes ao "descobrimento" do Brasil em 1500.

Espero que se divirtam bastante!! Boa semana santa a todos!!!

  
EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA

"Navegar é preciso, viver não é preciso!"

Após a unificação como monarquia nacional em 1835, quando João I venceu a disputa com o reino de Castela e assumiu o trono do país na Revolução de Avis, Portugal foi a primeira nação europeia a lançar-se ao Oceano Atlântico.

Além do seu governo forte, outros fatores explicavam o pioneirismo português, como: a posição geográfica favorável, a situação de paz interna (ao contrário de França e Inglaterra, envolvidas na Guerra dos Cem Anos), a determinação de disseminar a fé cristã e a avançada tecnologia náutica, cujos estudos - que resultaram na invenção da caravela - se concentravam na célebre Escola de Sagres

A conquista de Ceuta, na costa do Marrocos, marcou o início da expansão ultramarina  portuguesa, em 1415 (observe no mapa abaixo). O segundo passo foi dado pelo grande navegador Bartolomeu Dias, em 1488, contornou o cabo da Boa Esperança (batizado de Cabo das Tormentas).


Rotas europeias de navegação


Navegações Portuguesas

Cabo da Boa Esperança ou das Tormentas


Dez anos depois, Vasco da Gama chegou à Índia. Em 1500, a expedição de Pedro Álvares Cabral aportou no Brasil.

Os portugueses estabeleceram diversos pontos de comércio nos locais em que paravam. Com isso, puderam criar seu império marítimo-comercial, que, a princípio, só tinha objetivos de exploração, não de povoamento.

Você Sabia?


Bartolomeu Dias foi responsável por algumas das primeiras viagens à África, sendo encarregado de encontrar o limite sul do continente. Em 1488, atingido por tormentas, foi o primeiro a contornar, sem perceber, o Cabo da Boa Esperança.






Vasco da Gama estabeleceu o domínio português na África Oriental e chegou a Calicute, na Índia, em 1498, concluindo o périplo africano (contorno ao continente africano), sendo sua viagem imortalizada na ilustre obra Os Lusíadas, de Luís de Camões, grandioso poeta português.



Pedro Álvares Cabral em 1500, a caminho das Índias, desviou-se do trajeto, segundo a historiografia oficial positivista devido às enormes tormentas que o levaram a "descobrir" o território brasileiro por "coincidência". Para a maioria dos historiadores seu desvio da rota foi de propósito, para que pudesse tomar posse da terra em nome de Portugal, sendo posteriormente aclamado como herói em sua terra natal, Lisboa.



POLÍTICA COLONIAL

Repleto de riquezas, mas extenso e distante, o Brasil era um desafio administrativo para os portugueses. Veja como eles tentaram resolver o problema.

Com o objetivo de tomar posse, explorar e defender o território brasileiro, Portugal deu início, no século XVI, à montagem da administração colonial. Primeiramente dividiu o território em Capitanias Hereditárias; mais tarde, aprimorou o sistema, criando o Governo Geral.

Capitanias Hereditárias

Sem recursos financeiros nem humanos para empreender uma ocupação em grande escala na colônia, o rei de Portugal João III decidiu, em 1534, dividir o território brasileiro em 15 faixas de terras concedidas aos Donatários, nobres ou burgueses que se comprometiam a arcar com os gastos internos, repassando grande parte dos rendimentos à Coroa portuguesa.


Capitanias com seus respectivos Donatários


Toda regulamentação era realizada por meio de dois documentos: a Carta de Doação e o Foral, que respectivamente, tratavam da cessão das terras e dos direitos e deveres dos donatários e da Coroa.

Carta de doação da Capitania de Pernambuco
a Duarte Coelho (página inicial)


O donatário devia aplicar a Justiça, podia doar sesmarias, pequenos lotes de terras (fazendas) administradas pelos sesmeiros, e cobrar impostos relativos à agricultura e à exploração dos rios.

A Coroa tributava a exploração do pau-brasil, das especiarias e dos metais preciosos.

No entanto, o sistema de capitanias não prosperou por causa do isolamento, dos ataques de índios e da falta de investimento. Das 15 capitanias, somente duas conseguiram prosperar, sendo elas a de Pernambuco e a de São Vicente. A primeira foi favorecida pelo sucesso na produção açucareira e a segunda pelo desenvovimento de uma significativa economia de subsistência. As demais acabaram falindo ou sequer foram ocupadas por seus donatários.


Governo Geral


Diante do fracasso das capitanias hereditárias e o aumento das investidas estrangeiras na colônia, Portugal resolveu impor-se mais fortemente para assumir o controle efetivo da administração no Brasil. Começaram a perceber que deixar a responsabilidade nas mãos de outros não era bom negócio para a Coroa.

Em 1548, surgia o Governo-Geral, com sede na capitania da Bahia e capital na cidade de Salvador.

O novo sistema administrativo da colônia trazia como chefe o governador-geral, que cordenava a defesa, a cobrança de impostos e incentivava a economia. Tinha como assessores o provedor-mor (tesoureiro), o ouvidor-mor (juiz) e o capitão-mor (encarregado da defesa).

Mesmo sendo estabelecido após as capitanias hereditárias, o governo-geral não as substituiu. A ideia era impor uma centralização política na colônia, o que funcionou na esfera militar, mas não se refletiu no dia a dia, em razão da falta de infraestrutura de transporte e comunicação. Boa parte do poder, de fato, era exercida pelas Câmaras Municipais de cada vila. Surgem os chamados "homens bons", espécies de vereadores, integrantes da elite colonial da época e líderes das Câmaras.

Entre os principais governadores-gerais estão Tomé de Souza e Mem de Sá. Após a morte deste último, em 1572, Portugal dividiu o território colonial nos governos do Norte e do Sul. Seis anos depois voltou atrás e reunificou a colônia.

Em 1621, porém, a divisão foi retomada, sendo criados o Estado do Brasil, com capital em Salvador, e o Estado do Maranhão, com capital em São Luís. Este último, em 1751, passaria a se chamar Estado do Grão-Pará e Maranhão, com sede em Belém.


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